CANETA E TECLADO
Tua caneta jaz olvidada na gaveta 
onde dormem folhas de escritos antigos 
e outros objetos amigos hoje sem uso. 
Ela sente falta de tua mão senhora
que a conduzia pelos caminhos do sonho
 pondo  pra fora os escaninhos da tua alma. 
Simples esferográfica sem nome e raça, 
chora o ter sido trocada por um teclado 
com o qual digitas palavras efêmeras
sem a marca indelével da tua digital. 
Quantos poemas, quantas histórias, quantas lembranças! 
Versos riscados, alternativas testadas, 
o dizer tão expressivo do teu punho, 
estão paralizados no tempo de outrora, 
no aguardo da idade que os torne vivos, 
 e da tinta com traços de posteridade.
Antonio Carlos Rocha 

 
 
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