Página Dobrada
O gato na fuga derruba o vaso de flores
A recordação da tarde no campo
Das mãos dadas irradiando calor.
A vida correndo simples como brincadeiras de crianças
Perfume, verde, um fio de espuma no horizonte,
Eu e você no esplendor da natureza.
No cirandar da vida templo de amores
Um gato salta sobre o passado
E vai por aí vagabundo e arteiro.
Dobro a folha do livro, penso na estória.
Terei escrito essa passagem? Não lembro.
Abro a cortina, deixo entrar a aragem
Para levar o mau cheiro que o gato deixou.
De novo, ao livro do bom tempo.
Na página dobrada, um dia que marcou.
O gato felpudo e preto fugiu não sei de quê.
E não voltou!
Autor: Antonio Carlos Rocha
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