
ABISMO
O abismo seduz,
negro e luzente,
águas e chamas,
brisa e vento,
tudo girando num dó sustenido.
Cá em cima, doem,
a dor sem sentido,
a punção sem estilete,
a ferida sem sangue,
a boca silente,
o olho que viu demais,
o ouvido que a palavra machucou,
O abismo seduz,
negro e luzente,
águas e chamas,
brisa e vento,
tudo girando num dó sustenido.
Cá em cima, doem,
a dor sem sentido,
a punção sem estilete,
a ferida sem sangue,
a boca silente,
o olho que viu demais,
o ouvido que a palavra machucou,
e o coração desamado.
A ponte ou a queda?
O amanhã ou o nunca?
A esfinge se espanta
Ao ser empurrada para o fundo.
Antonio Carlos Rocha
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