
VIADUTO DO CHÁ
Por aqui passei aos cinco anos
Guiado pela mão firme do pai,
Olhos devorando o cenário,
Boca seca de ansiedade,
No susto de atravessar a ponte,
O alto dos prédios, o baixo do vale,
A curiosidade plasmando a aventura
De caminhar pelo Viaduto do Chá,
Entre homens de chapéu e mulheres de saia longa.
Por aqui me vou agora,
O cinza nos cabelos e na manhã,
A mente entorpecida pelos ruídos,
A pressa de chegar do outro lado,
Sem pai para dar segurança,
Sem notar os rostos indiferentes,
A exibição de pernas femininas,
A diferente paisagem da cidade.
Apenas percebo que uma força estranha
Me conduz ao velho Largo da Memória.
Direitos Reservados:
Antonio Carlos Rocha
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