Um Carnaval sem fantasia me permite passear pelas ruas tranquilas, sem multidão, sem motoqueiros alucinados, descobrir becos e passagens insuspeitas, sombras e luz pintando as calçadas. A arrelia ficou longe num passado de confetes eserpentinas, o cheirodo lança-perfume inebriando os foliões no salão, cujo chão tremia e o teto balançava e ninguém ligava. A ilusão fabricada não me atrai como antigamente. Mas sem ela, sem a esperança de encontrar a Colombina, o Pierrô que mora em todo homem, acaba perdendo o impulso vital. Eu a vejo,olhos grandes, sorindo tanto quanto os lábios, a brejeirice a me chamar do outro lado da rua. Passa o ônibus. O instante mágico vai com ele. A calçada está vazia à frente da farmácia donde sai um palhaço cambaleante, olhos turvos admirando o dourado envelope de Engov.
Ora, é manhã de Carnaval...
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