terça-feira, março 17, 2009


CERTEZA DO TALVEZ


Não é mais tempo de saudade,

Nem de choro, nem de canção triste

Nas cordas de um coração desafinado.


A vida corre nas veias da idade,

Enquanto a cabeça a tudo assiste

Sem pôr as rédeas no potro indomado.


Uma noite, de repente, chega a hora

De ver no espelho olhos de criança

No rosto marcado de ontem e de agora,

Vincos perdidos no fundo da lembrança.


Não, não é tempo de chorar o que foi feito

E muito menos o que não se fez.

É preciso deixar livre e solto o peito

Para ir em frente na certeza do talvez.


Autor: Antonio Carlos Rocha

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