
O POETA VELHO-MOÇO
O homem maduro aprende a limitar desejos
Para não se enredar na teia dos sonhos,
Onde a aranha da decepção envenena a alma.
Já o poeta... O poeta não envelhece jamais!
Vive peregrinando por caminhos risonhos,
A imaginação fértil iluminada por lampejos,
O inatingível sempre ao alcance de sua palma,
E do seu nada ou pouco reinventa o mais.
Elege a musa e a coloca no altar,
Despe-se da vergonha e da vaidade
Tentando aliviar o peso da idade.
Audaz e moço, atira-se no poço
Donde sorve energia para amar.
Choram rimas, riem versos,
O espelho se estilhaça,
A emoção fecunda
Paralelos universos
No poema que esvoaça,
E por fim se deita
Nos seios da mulher eleita.
Antonio Carlos Rocha
Nenhum comentário:
Postar um comentário