quarta-feira, setembro 02, 2009





É TARDE

Não sei se é tarde
Para voltar ao começo,
Pois o sol já não arde,
E até o amor tem seu preço.

No início, sem cobranças,
(Éramos tão crianças),
Aos poucos, soçobramos
No mar da cobiça e da vaidade,
Onde as velas pandas de afeto
Não levam ao porto da felicidade.

Gira o olhar inquieto
Em busca do ouro no arco-íris,
Mas a noite o encobre
Esvaecendo a ilusão plantada
Pelos feiticeiros da tribo.

Não há mais magia ao findar do dia.
Nos meus braços, diz-me a filha do pajé:
É tarde para reviver; nunca, para viver.

ANTONIO CARLOS ROCHA



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