O ÊXTASE
Busca-se o êxtase na bomba que estilhaça,
Espalhando ódio em vez de amor,
Na catarse coletiva induzida pelo hierofante
Que comanda igrejas ou tantãs de discotecas,
Ou nos braços pegajosos de quem se diz amante,
Ou na bebida, ou na droga, ou na moda que passa.
Busca-se o êxtase lá fora,
No aplauso da plateia,
No sucesso da hora,
No uivar da alcatéia.
A viajem para o interior,
Para o mar que se agita entre brumas,
Para o profundo abismo de cada um,
Não mais impulsiona os passos.
E o êxtase verdadeiro? – NENHUM!
Antonio Carlos Rocha
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