sexta-feira, janeiro 22, 2010



CANETA E TECLADO






Tua caneta jaz olvidada na gaveta


onde dormem folhas de escritos antigos


e outros objetos amigos hoje sem uso.


Ela sente falta de tua mão senhora


que a conduzia pelos caminhos do sonho


 pondo  pra fora os escaninhos da tua alma.






Simples esferográfica sem nome e raça,


chora o ter sido trocada por um teclado


com o qual digitas palavras efêmeras


sem a marca indelével da tua digital.




Quantos poemas, quantas histórias, quantas lembranças!




Versos riscados, alternativas testadas,


o dizer tão expressivo do teu punho,


estão paralizados no tempo de outrora,


no aguardo da idade que os torne vivos,


 e da tinta com traços de posteridade.


Antonio Carlos Rocha















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