sábado, fevereiro 06, 2010


PERDIDO







De muito amar, percorri


As insidiosas brenhas


Da pele fascinante,


O pico túrgido dos seios,


A gruta chamejante,


O calmo lago do depois.






Por amar sem razão, sou outro,


O andarilho sem rumo,


O equilibrista medroso,


O cavaleiro sem rédea,


O príncipe sem castelo,


Um rei posto e deposto.






De muito amar navego


Por mares estranhos,


Por terras sem nome,


Com marujos desconhecidos,


Com a sede do rum,


Com a fome do sexo.






Ah! Eu amo sem porto,


Sem mãos no leme,


Sem vento na popa,


Sem ser capitão,


E nem grumete.


Ah! Eu amo demais!






Antonio Carlos Rocha

                                                 



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