VÔO DE ÍCARO
Nas asas de Ícaro voam meus sonhos
Além da terra agreste, das procelas do mar,
Do ruído da cidade onde vaidades se atropelam.
Mas as penas se encharcaram ao frigir das influências,
Da peregrinação por caminhos que não fiz,
Da lama que resta depois da inundação.
O esforço para ir além das nuvens é imenso,
Provoca dores que ferem até o fundo da alma,
E o sol continua distante, inatingível.
Talvez porque o espírito saiba que vai se queimar,
Pressinta a queda nas profundezas do abismo,
E prefira pousar logo ali no verde da colina.
Antonio Carlos Rocha
Nenhum comentário:
Postar um comentário