terça-feira, março 16, 2010

                                                                        

ANOITECER DO AMOR



Percebeu o anoitecer do amor

Ao ouvir os sinos plangentes,

Ao não se dar conta da lua,

Ao sentir o amargor da cerveja,

Ao tocar o ar da mão ausente.



Lembrou-se da cama vazia,

Dos pesadelos da noite anterior,

E do travesseiro que faltava.

Era verão e ele sentia frio.

Era aniversário de namoro,

Mas não dissera a ninguém.



Os companheiros de bar não riam,

O garçom só atendia outras mesas,

A conversa girava em política.

Deixou dinheiro para a conta,

E partiu a procura de si.



Antonio Carlos Rocha

Nenhum comentário: