O outono vai caminhando como se inverno fosse,
O frio tinindo na ponta dos dedos,
A abelha assustando a menina do algodão-doce,
E o Arlequim à procura de enredos.
A ventania levou folhas e a bailarina,
A garoa fina molhou as pipas,
E as fez cair aos pés gelados da Colombina.
E o Arlequim se veste de tulipas.
Meu amigo deu seu casaco à guria pobre,
Que se escondeu em baixo do viaduto.
Enquanto isso, o garoto arranca fios de cobre.
E o Arlequim proclama ser astuto.
A mulher amada se abriga sob as cobertas
Para ler um poema do Vinícius.
O amante saiu e deixou as portas abertas.
E o Arlequim caçoa dos seus vícios.
Antonio Carlos Rocha
Um comentário:
Lindo poema,rico em melodia,
encantamento,assim como uma
antiga marchinha de carnaval.
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