terça-feira, junho 01, 2010

O OUTONO E O ARLEQUIM







O outono vai caminhando como se inverno fosse,

O frio tinindo na ponta dos dedos,

A abelha assustando a menina do algodão-doce,

E o Arlequim à procura de enredos.



A ventania levou folhas e a bailarina,

A garoa fina molhou as pipas,

E as fez cair aos pés gelados da Colombina.

E o Arlequim se veste de tulipas.



Meu amigo deu seu casaco à guria pobre,

Que se escondeu em baixo do viaduto.

Enquanto isso, o garoto arranca fios de cobre.

E o Arlequim proclama ser astuto.



A mulher amada se abriga sob as cobertas

Para ler um poema do Vinícius.

O amante saiu e deixou as portas abertas.

E o Arlequim caçoa dos seus vícios.



Antonio Carlos Rocha

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindo poema,rico em melodia,
encantamento,assim como uma
antiga marchinha de carnaval.