Reflexões de um poeta
Corre em minhas veias uma seiva antiga
Tisnada pelo sangue das batalhas,
Das conquistas e dos naufrágios.
Dança nas artérias ao som das liras,
Dos tambores, dos pianos, dos violões.
Na minha voz há arrulhos de pombas,
Cantos de orixás, soluços de crianças,
Gritos de paixão, rimas de poetas mortos.
Nos ouvidos ecoa a voz dos pais,
Dos mestres, dos livros, dos jornais,
E o sussurro das mulheres que amei e amo.
No meu olhar o filme dos muitos anos
Abençoa a tolerância da retina,
Aceita a imagem que o espelho mostra.
Dos meus dedos as palavras jorram
Como as ondas do infinito mar dos sonhos.
Antonio Carlos Rocha
Nenhum comentário:
Postar um comentário