sábado, junho 12, 2010



VIAGEM DA NAMORADA







Não sou de pedra, pois me liquefaço



quando ela parte e conta que retorna.



Caminho as ruas trôpego no passo



e os pensamentos soam qual bigorna.




Parte a amada para além Tietê



Onde flutua o lixo dos adeuses



Enquanto o homem finge que não vê



Posto que aguarda a solução dos deuses.







Sentirá minha falta a namorada



Como eu sinto da fé que jaz no rio?





Chove. As juras bailam na enxurrada,



Verdades ditas ao sabor do cio.







O seu amor fenece com a distância?



Fenecerá o dela? Nunca o meu!



Nossa querença ainda está na infância,



Mas nas agruras ela envelheceu.







Falta-nos o barco para ir ao mar,



mas ela disse que o foi construir,



e navegaremos quando voltar.



Troca-se o hoje pelo que há de vir?




Antonio Carlos Rocha

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