VIAGEM DA NAMORADA
Não sou de pedra, pois me liquefaço
quando ela parte e conta que retorna.
Caminho as ruas trôpego no passo
e os pensamentos soam qual bigorna.
Parte a amada para além Tietê
Onde flutua o lixo dos adeuses
Enquanto o homem finge que não vê
Posto que aguarda a solução dos deuses.
Sentirá minha falta a namorada
Como eu sinto da fé que jaz no rio?
Chove. As juras bailam na enxurrada,
Verdades ditas ao sabor do cio.
O seu amor fenece com a distância?
Fenecerá o dela? Nunca o meu!
Nossa querença ainda está na infância,
Mas nas agruras ela envelheceu.
Falta-nos o barco para ir ao mar,
mas ela disse que o foi construir,
e navegaremos quando voltar.
Troca-se o hoje pelo que há de vir?
Antonio Carlos Rocha
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