SELVAGERIA
O teu canto é de corça,
O teu corpo, de gata selvagem,
A pele, de ave emplumada.
Nesta floresta que nos rodeia,
Eu amo a tua força,
O gesto de bravia coragem,
Ao enfrentar cada cilada,
Cada urro de fera
Que aos fracos tonteia.
Mas a ti, incendeia.
Na trilha das tuas curvas
Encontro o caminho sem fim,
Aonde à noite eu peregrino
E mergulho nas águas turvas
Do lago do teu desatino
Como se fosse um querubim.
Dos teus instintos sou caça,
Sou a carne que dilacera,
Sou o desejo que me trespassa.
Antonio Carlos Rocha
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