quarta-feira, setembro 29, 2010




BARCO SEM RUMO



Já naveguei por todos os mares,

Encontrei tesouros de amor e moedas de ouro,

E, pródigo incurável, os dilapidei.

Não busco mais praias, ilhas e portos.

O vento e a correnteza me levam,

As ondas ameaçam me afogar,

O leme gira em falso em minhas mãos,

Velas rasgadas caem do mastro torto,

O barco vai sem rumo.



Só me resta mergulhar

No mais profundo de mim mesmo,

Encontrar o eu da civilização perdida,

Integrar-me a ele,

E, com ele, de novo, viajar.



Antonio Carlos Rocha

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