BARCO SEM RUMO
Já naveguei por todos os mares,
Encontrei tesouros de amor e moedas de ouro,
E, pródigo incurável, os dilapidei.
Não busco mais praias, ilhas e portos.
O vento e a correnteza me levam,
As ondas ameaçam me afogar,
O leme gira em falso em minhas mãos,
Velas rasgadas caem do mastro torto,
O barco vai sem rumo.
Só me resta mergulhar
No mais profundo de mim mesmo,
Encontrar o eu da civilização perdida,
Integrar-me a ele,
E, com ele, de novo, viajar.
Antonio Carlos Rocha
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