ACASO
Somos brinquedos nas mãos do acaso,
das contingências que tolhem desejos,
das aparências e suas armadilhas.
A cada vontade, outra se contrapõe,
o presságio de sol chama a tempestade,
o contágio das crenças adoece idéias.
Quem se apressa chega com atraso,
quem muito ama dá adeus à realidade,
quem odeia apaga a própria chama.
O ontem é semente do agora,
que cresce ao sabor da chuva e do vento,
embora regada com atenção.
O amor que no teu jardim floresce,
Amanhã fenece sem razão,
Num dia de céu azul sem nuvem.
O amigo que te olhara com desdém,
Vem à tua porta pedir abrigo,
E o abraço do perdão o acolhe.
O trabalho duro fica mole,
O que era fácil vira difícil,
O dia cumprido hoje encolhe.
Só nos resta vestir a couraça
Do sorriso e da serenidade,
pois o que não dá certo, também passa.
Antonio Carlos Rocha
Nenhum comentário:
Postar um comentário