quinta-feira, setembro 23, 2010

        

 ACASO



Somos brinquedos nas mãos do acaso,

das contingências que tolhem desejos,

das aparências e suas armadilhas.



A cada vontade, outra se contrapõe,

o presságio de sol chama a tempestade,

o contágio das crenças adoece idéias.



Quem se apressa chega com atraso,

quem muito ama dá adeus à realidade,

quem odeia apaga a própria chama.



O ontem é semente do agora,

que cresce ao sabor da chuva e do vento,

embora regada com atenção.



O amor que no teu jardim floresce,

Amanhã fenece sem razão,

Num dia de céu azul sem nuvem.



O amigo que te olhara com desdém,

Vem à tua porta pedir abrigo,

E o abraço do perdão o acolhe.



O trabalho duro fica mole,

O que era fácil vira difícil,

O dia cumprido hoje encolhe.



Só nos resta vestir a couraça

Do sorriso e da serenidade,

pois o que não dá certo, também passa.

Antonio Carlos Rocha 





















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