quinta-feira, outubro 07, 2010

  

NA TOCA DA ONÇA


Na selva que nos rodeia

uma oncinha me encontrou

caçando coelhas na mata.

Gelou-me o sangue na veia

quando ela me transformou

em presa da sua pata.



À noite na sua toca

a onça virou mulher

e eu, um escravo-amante.

Todo feitiço provoca

aquilo que não se quer,

mas nem sempre cruciante.



De dia fujo sem mágoa

dos nós das suas amarras,

pois são cordas de afeição.

Quando a onça bebe água

Tenho tempo para farras.

Sou gato de estimação.

 
Antonio Carlos Rocha

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