NA TOCA DA ONÇA
Na selva que nos rodeia
uma oncinha me encontrou
caçando coelhas na mata.
Gelou-me o sangue na veia
quando ela me transformou
em presa da sua pata.
À noite na sua toca
a onça virou mulher
e eu, um escravo-amante.
Todo feitiço provoca
aquilo que não se quer,
mas nem sempre cruciante.
De dia fujo sem mágoa
dos nós das suas amarras,
pois são cordas de afeição.
Quando a onça bebe água
Tenho tempo para farras.
Sou gato de estimação.
Antonio Carlos Rocha
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