terça-feira, novembro 09, 2010


TRAMA

Meus braços estão cruzados,

cerrados em torno da miragem

da mulher que nunca esteve alí,

foi apenas uma breve aragem

da Deusa dos Enamorados,

cruel engodo de um Saci.



A boca agora tem o travo amargo

deixado pelo beijo enluarado

que passou como barco ao largo

no imenso mar das ilusões,

onde o poeta morre afogado

mas ressuscita ao som dos violões.



Somos construtores de castelos

no mundo seco que os rejeita,

que prefere destinos paralelos.



Teme-se a poesia e sua trama.

pois o narcisismo não aceita

não ser amado por quem se ama.



Antonio Carlos Rocha

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