Não são as ruas que me falam,
nem as janelas, nem os sinos.
Cantam as cigarras desinibidas!
Gritam gargantas de meninos
que aos adultos emprestaram vidas!
As pedras da calçada se calam,
e as árvores velhas estão mudas.
Vozes do além murmuram segredos
que minh' alma rejeita desvelar,
porque prefiro assumir os medos,
a ouvir palavras rechonchudas
qual nuvens a ponto de estalar.
Só escuto o que me diz a rosa,
pois amo o perfume da sua prosa.
Antonio Carlos Rocha
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