quinta-feira, dezembro 16, 2010





QUERER NÃO É PODER

 
Mulher dos devaneios nas horas tardias,

Quando arrulham pombas ariscas no telhado,

Tua figura dorme nas colchas vazias

Onde repousa o desejo de ser amado.


Dizer teu nome agora não vale a pena,
Pois o poema não carrega o sentimento

Para bem longe deste coração que acena

Com as promessas musicadas pelo vento.


Quanta fogueira existe nesse teu olhar!

Faíscas que atiçam o querer-te perto,

Nas minhas mãos ardentes para te queimar.


Não há magia nem milagre de uma prece

Que do errado possa extrair o certo.

Quero o pecado que a pureza desconhece!



Antonio Carlos Rocha

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