terça-feira, janeiro 04, 2011





Memória


Ainda vejo naquele canto

Sua figura radiante,

Jeito manso, olhar de quem quer,

Sorriso convite, encanto,

Feitiço de ser diferente.

Tão menina e tão mulher.



Ainda sinto o sabor

Desse seu corpo gostoso,

Favo de mel a ser degustado

Enquanto os dedos percorrem

A seda do rosto mimoso,

E os cabelos que escorrem

Pelos seios de amora.



Carrego ainda comigo

A imagem dos momentos,

Das orações e juras da despedida,

Das blasfêmias que eu não digo,

Para banir os sofrimentos

De quem ficou só pela estrada.



Guardo no fundo da memória,

O riso, a dança, o prazer,

A voz, o beijo e o olhar.

O artista vive de glória,

O profeta, de seu prever,

O poeta, de seu amar.



Antonio Carlos Rocha



Nenhum comentário: