Memória
Ainda vejo naquele canto
Sua figura radiante,
Jeito manso, olhar de quem quer,
Sorriso convite, encanto,
Feitiço de ser diferente.
Tão menina e tão mulher.
Ainda sinto o sabor
Desse seu corpo gostoso,
Favo de mel a ser degustado
Enquanto os dedos percorrem
A seda do rosto mimoso,
E os cabelos que escorrem
Pelos seios de amora.
Carrego ainda comigo
A imagem dos momentos,
Das orações e juras da despedida,
Das blasfêmias que eu não digo,
Para banir os sofrimentos
De quem ficou só pela estrada.
Guardo no fundo da memória,
O riso, a dança, o prazer,
A voz, o beijo e o olhar.
O artista vive de glória,
O profeta, de seu prever,
O poeta, de seu amar.
Antonio Carlos Rocha
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