Não deixem que eu morra sobre poemas,
salvo se os versos forem de pleno amor
dedicados à derradeira musa,
amiga gentil dos últimos dias.
Não permitam que vá em noites frias,
casco adernado à beira do cais,
sem marinheiros por companhia,
sem conforto do sol, da vela e do vento.
Amigos, quando estiver perto o fim,
quero sentir em volta contentamento,
escutar risos e gritos de um festim,
posto que faço da vida um grande baile.
Abram-me os olhos!Não os quero cegos
por negras sombras crepusculares.
Pretendo admirar o caminho de estrelas
Que me conduzirá da Terra até Antares.
Antonio Carlos Rocha
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