Coito não é poético
O coito não é poético,
Pois é pratica animal.
Tem suspiros,
Afagos,
Gritinhos,
Unhadas,
Mordidas,
Penetração,
Gemidos
E urros de quem é fera.
Tem o egoísmo
De quem não espera,
Vaidade do olhar no espelho,
Coragem do que traça
A mulher do tenente,
Medo do que fugiu dela,
Paciência de contar pentelho,
Prova imposta pela donzela.
Na foda não há soneto
A não ser o do Bocage.
É aventura de macho
E de mulher sapeca,
Como as garotas irmãs,
Que juntas na mesma cama,
Disputam o mesmo homem,
E se esmeram nos gritaços
Ao perderem seus cabaços.
Sim, o coito não é poesia,
Pois fuc-fuc não tem rima,
Biscoito não garante gozo,
Bebida amolece o membro,
Porra demais fura camisinha,
Porra de menos não ejacula
E habilidade não recompensa,
Quando o caralho entra e o cu não pensa.
Antonio Carlos Rocha
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