É preciso se afastar das musas
Concebidas pela imaginação humana,
Belas, afetivas, de coração puro,
E corpo de recatada sensualidade.
Mulheres e homens não merecem altares
Nem orações profanas.
Somos anjos decaídos,
Com aparências enganosas,
Essências ocultas aos sentidos,
Como tudo que é composto
De partículas voláteis.
O poeta engana e se ilude
Ao aglutinar palavras,
Sereias de canto sedutor,
Para atrair mentes curiosas.
O real se nos escapa,
Asas de condor,
A flanar entre versos que entoam
A melodia dos sonhos
Capaz de serenar a amargura
Dos desejos insatisfeitos.
Antonio Carlos Rocha
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