sexta-feira, outubro 12, 2012

NOTURNA EM LA MENOR

 
 

 
Plangem as cordas de um violão tardio,
desses que o ouvido pede para o sono,
quando lá fora late o  cão sem dono
e aqui no quarto arrepia o frio.
 
O inverno não se foi e a vida passa
tão lenta como a estação que não parte,
dama na mão resistindo ao descarte,
beijo sugado de mulher devassa.
 
Tímida face surge a lua nova,
Um riso aberto nessa noite escura
Que não combina com poesia e trova.
 
Do beco dos mendigos vem o grito,
Alerta puro de uma vida dura
A demonstrar que romantismo é mito.
 
Antonio Carlos Rocha
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


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