
A QUEDA
Só cai no precipício aquele que tem coragem de se aventurar pelas beiradas, desviar os olhos do céu e aprofundá-los no que está em baixo, oculto pelas brumas.
Ao ousar demais, desaba.
Agita os braços como se fossem asas, as pernas, como se fosse bailarina, o pensamento, como os de águia.Tenta agarrar o ar, como se pudesse transformá-lo em sólido, a poeira, num colchão de areia.
Mas continua caindo, como se fosse pedra.
Contudo, não se arrepende de ter deixado a magia em algum ponto da viagem; aceita a inevitabilidade da morte, o apagar-se do eu, a fusão com as energias puras do universo. Não procurou a vida, viveu-a com intensidade e valentia. Amou, foi amado. Conquistou, foi conquistado. Deliciou-se com as sensações do hoje, e as incertezas do amanhã o deixaram longe do tédio. Sofreu com as perdas, exultou com as vitórias.
Grita o último desafio aos penhascos; vibra com a resposta do eco. A natureza não é surda.
Enfim, chega ao fundo do abismo.
A pele dói e gela ao mergulhar no lago.
A sua imensa vontade de continuar ousando criou a água, densa e profunda.
Devagar, inebriado pela sensação de voltar à superfície e renascer, percebe mais adiante a entrada de uma caverna onde a água é mais límpida, iluminada por iridescente luz azul.
É por ali que nada, antecipando a aventura de uma nova vida.
Só cai no precipício aquele que tem coragem de se aventurar pelas beiradas, desviar os olhos do céu e aprofundá-los no que está em baixo, oculto pelas brumas.
Ao ousar demais, desaba.
Agita os braços como se fossem asas, as pernas, como se fosse bailarina, o pensamento, como os de águia.Tenta agarrar o ar, como se pudesse transformá-lo em sólido, a poeira, num colchão de areia.
Mas continua caindo, como se fosse pedra.
Contudo, não se arrepende de ter deixado a magia em algum ponto da viagem; aceita a inevitabilidade da morte, o apagar-se do eu, a fusão com as energias puras do universo. Não procurou a vida, viveu-a com intensidade e valentia. Amou, foi amado. Conquistou, foi conquistado. Deliciou-se com as sensações do hoje, e as incertezas do amanhã o deixaram longe do tédio. Sofreu com as perdas, exultou com as vitórias.
Grita o último desafio aos penhascos; vibra com a resposta do eco. A natureza não é surda.
Enfim, chega ao fundo do abismo.
A pele dói e gela ao mergulhar no lago.
A sua imensa vontade de continuar ousando criou a água, densa e profunda.
Devagar, inebriado pela sensação de voltar à superfície e renascer, percebe mais adiante a entrada de uma caverna onde a água é mais límpida, iluminada por iridescente luz azul.
É por ali que nada, antecipando a aventura de uma nova vida.
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