
Águas
Que águas são estas que me molham o peito,
e rolam como cachoeira na alma?
Geladas agulhas machucam, irritam.
Não provêm do céu, nem da terra,
nem do vazio misterioso que expele líquidos
quando um lago de amor se resseca,
quando a amizade perfeita se encerra,
quando o milagre ignora a promessa.
Seriam lascas da geleira explodida,
da pedra pome que a ninfa atirou na corredeira,
de escamas de peixe fugido do mar profundo?
Não são águas de inverno; vieram na primavera.
Não são águas da minha solidão colorida,
nem daquele verso que a memória apagou,
nem do travesseiro de penas estilhaçado.
Ora... São águas, apenas águas que vieram lavar
as cicatrizes ocultas pelo manto sombrio do tempo.
Antonio Carlos Rocha
Que águas são estas que me molham o peito,
e rolam como cachoeira na alma?
Geladas agulhas machucam, irritam.
Não provêm do céu, nem da terra,
nem do vazio misterioso que expele líquidos
quando um lago de amor se resseca,
quando a amizade perfeita se encerra,
quando o milagre ignora a promessa.
Seriam lascas da geleira explodida,
da pedra pome que a ninfa atirou na corredeira,
de escamas de peixe fugido do mar profundo?
Não são águas de inverno; vieram na primavera.
Não são águas da minha solidão colorida,
nem daquele verso que a memória apagou,
nem do travesseiro de penas estilhaçado.
Ora... São águas, apenas águas que vieram lavar
as cicatrizes ocultas pelo manto sombrio do tempo.
Antonio Carlos Rocha
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