
MEDITAÇÃO
Silêncio! Não deixes a voz antiga soprar
Mandamentos ancestrais de além túmulo
Que te conduzem durante o dia.
É noite...Abra os poros ao perfume das estrelas,
Ao magnetismo da suave brisa do luar,
À memória dos lábios que te acariciaram a pele.
Não tenhas medo de fantasmas ameaçadores:
Eles arrastam correntes em castelos medievais,
Purgando as dores de fogueiras da Igreja, longe,
Bem longe da geografia das tuas circunstâncias.
Há mistérios bailando no ar da realidade.
Suga-os!Escolhe teu par de idéias que brotam nos jardins ocultos,
E desliza pelo salão dos devaneios,
Ao lado da valquírias e dos guerreiros da ópera.
És capaz de forjar a espada mágica
Na mente aberta ao fogo fértil do delírio,
Da insana luz que abre novos caminhos.
Despe a armadura e mergulha na correnteza do rio
Do meditar sem peias: a moral antiga é morta!
Estás livre! És pássaro embalado pelos ventos,
Leve, asas flutuantes numa ascendente espiral
Que leva para o cume da montanha mais alta
De onde se pode descortinar as múltiplas veredas.
Silêncio! Lá em cima singra a barcarola,
Onde a coragem do navegar pela vida
Bebendo o raro néctar dos desejos satisfeitos,
Desdenha tempestades,
Descobre mutantes paraísos,
Eriça a pele e o coração dos argonautas.
Direitos Reservados ao Autor:Antonio Carlos Rocha
Um comentário:
Que lindo poema Antonio Carlos,denso,melancólico,nostálgico talvez,porém cada palavra,cada verso,nos leva literalmente a reflexão...a meditação,fostes muito feliz na escolha do título.Parabéns nobre poeta e amigo querido,imagino que esse mergulho não tenha sido dos mais fáceis,mas a beleza desse poema,está justamente em sua profundidade.
Beijos recheados de carinho e admiração!!!
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