
DOMÍNIO
Do amor que findou ficou a doçura,
A lembrança dos momentos tão bons,
O fogo do êxtase partilhado,
O ansioso ir e vir pela calçada
Enquanto a namorada se arrumava.
Amores caminham num vai e vem
Ao sabor das tendências naturais,
E das carências que eles aplacam.
Mas chega um dia e se exige a posse,
A manipulação da pessoa amada,
Para atender as próprias conveniências.
O bem-querer sucumbe a essa vaidade,
Ao impulso humano indomado
Que nos leva a estabelecer domínio.
Quem quer ser senhor deve se indagar:
Como dominar sem dominar-se?
Antonio Carlos Rocha
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