
AMAR A SÍ MESMO
Essa dor que hoje nos assola
É apenas resto do pecado
De amar outros mais do que a nós.
Falta o afeto próprio que consola
Pelo que fizemos de errado
De acordo com o livro algoz.
É preciso acarinhar a alma,
Afugentar as culpas geradas
Pelo ventre das mães de outrora.
Está na hora de estender a palma
Ao puro orvalho das madrugadas
E limpar esse rosto que chora.
Só se anda com os próprios pés.
Só se vê com os olhos que temos.
Só falamos com a nossa boca.
Por quê nos louvar de alheias fés?
Por quê não gozar o que fazemos?
Deuses não somos! A vida é pouca!
Antonio Carlos Rocha
Nenhum comentário:
Postar um comentário