
TERNURA
Não foi em vão aquele olhar
Que seduziu a fera n’ alma,
Ressuscitou o anjo morto
E devolveu ao mar a calma.
Não foi em vão aquele beijo,
Roçando os lábios e os olhos
Como se fora o beija flor
Ao saciar sutil desejo.
Se antes muita raiva houvera,
Lá se foi o tremor agora,
Quando a ternura a paz libera
Num vôo de contentamento.
O tempo afogará a mágoa,
Carinho tecerá amor
Na luz do nosso entendimento,
E no teu rio que em mim deságua.
Antonio Carlos Rocha
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