SAMPA DAS ÁGUAS
Meu Sampa das águas que rolam
Transformando ruas em rios,
Das gentes e carros que atolam
Deixando os cinemas vazios.
Mesmo assim eu te amo.
Sampa das garotas bonitas
Que agora não saem de casa
Para não ficarem aflitas
Se a enxurrada é funda ou rasa.
Mesmo assim eu te amo.
Sampa dos bares tristonhos
Sem a presença da moçada
Com seus gritos, risos e sonhos
E do bêbado na calçada.
Mesmo assim eu te amo.
Sampa da Paulista cinzenta,
Onde bailam os guarda-chuvas,
Do Trianon que descontenta
Até as alegres viúvas.
Mesmo assim eu te amo.
Sampa de hoje e de amanhã,
Das muitas coisas que reclamo,
Tem a magia de anciã
Em cujos braços me derramo.
É assim mesmo que eu te amo!
Antonio Carlos Rocha
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