BARRIGA
A barriga é ícone do consumo,
Sumo farto que o desejo verte
Na mente inerte e sem prumo
Incapaz de salvar as coronárias
Das nefárias gorduras do infarto
Que o cigarro ajuda a estocar.
O côncavo quer ser convexo,
Perplexo ante o próprio sucesso
Ao exibir na mesa da choperia,
Aquele mesmo sorriso expresso
Quando sua barriga atrapalha,
E ele falha na orgia do sexo.
Mas, para acabar com a barriga,
Eu que o diga! Muito esforço é preciso:
Malhação, contenção da picanha,
Caipirinha de menos, água demais,
A vontade de quem tem juízo,
A façanha que o prazer desfaz.
Antonio Carlos Rocha
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