CORES
Não me sei azul, nem branco, nem preto:
Eu não tenho cor.
Coloridos são os sentidos das palavras
Vertidas em prosa e verso.
Multicores são os gestos que cometo
Como parte atuante do universo.
O mistério do não saber nos impulsiona
Pelo labirinto das sombras,
Onde o destino é sempre incerto,
E o rei se despe e se destrona.
Nesse caminho não há cores,
Reflexos da luz sobre objetos
Cuja essência se esconde,
Por mais sensitivo que fores.
Em tudo há uma mutação constante,
E o dizer só revela
A emoção do passageiro do bonde
Que viaja fora dos trilhos.
Usa-se a cor para pintar formas na tela
Com mensagem e sentido errante
Para os olhos de quem vê os brilhos,
Mas inútil para quem é cego.
Antonio Carlos Rocha
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