CADA QUAL COM SEU TRABALHO
Esta terra que me suja as mãos
não tem petróleo que vai jorrar,
nem o mar que um dia vira terra.
É nó de bosta, pedra e poeira,
de semente, suor e bicheira,
de muita esperança e sonhos vãos.
Neste palco de ilusórios contos
eu elevo a voz, o olhar e o gesto,
digo o que quero, não ouço os pontos.
Sou dama, rainha ou cortesã.
Sim, eu presto! Puta é a sua irmã!
Não é fácil suportar platéia.
Nesta motoca giro a cidade
como eu virava as manivelas
das máquinas de fundir idéia.
Sou livre, pássaro de verdade
no meu vôo de pombo correio.
No seio do asfalto pinto telas.
Neste aparelho de computar
finquei os dedos e dei a mente,
cavei palavras versos e prosa.
Deixei de lado o homem e o lar,
só para dizer à minha gente:
Vida com amor é preciosa!
Antonio Carlos Rocha
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