segunda-feira, setembro 13, 2010







CADA QUAL COM SEU TRABALHO



Esta terra que me suja as mãos

não tem petróleo que vai jorrar,

nem o mar que um dia vira terra.

É nó de bosta, pedra e poeira,

de semente, suor e bicheira,

de muita esperança e sonhos vãos.



Neste palco de ilusórios contos

eu elevo a voz, o olhar e o gesto,

digo o que quero, não ouço os pontos.

Sou dama, rainha ou cortesã.

Sim, eu presto! Puta é a sua irmã!

Não é fácil suportar platéia.



Nesta motoca giro a cidade

como eu virava as manivelas

das máquinas de fundir idéia.

Sou livre, pássaro de verdade

no meu vôo de pombo correio.

No seio do asfalto pinto telas.



Neste aparelho de computar

finquei os dedos e dei a mente,

cavei palavras versos e prosa.

Deixei de lado o homem e o lar,

só para dizer à minha gente:

Vida com amor é preciosa!



Antonio Carlos Rocha

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