Os náufragos não mais padecem nas ilhas
desvirginadas todas pela posse humana
na ânsia por uma terra nua, porém sua.
Erguem por alí opulentos e cintilantes edifícios,
plantam asfalto, concreto, espalham fios,
devoram lascas do nascer e do por do sol,
aspiram todos os pós e sonham estar vivos.
Os navios sem capitães mergulham na ilusão.
Marinheiros brigam pelos poucos escafandros.
Nas ruas se estemdem restos de naufrágios.
Antonio Carlos Rocha
Nenhum comentário:
Postar um comentário