Fábula do mico, da onça e do tucano
Antônio Carlos Rocha
O mico-leão-dourado de tanto ser preservado virou vaidoso e gabola.
A bicharada adorava sua esperteza, seu jeito de falar, sua malandragem para espantar raposas imitando urro da onça, que faz tempo andava por outras paragens, caçando veados.
Por sua sagacidade e pela conversa fiada com todos os bichos de pequeno porte que prometia sempre defender ao pular de galho em galo, de moita em moita, de brejo em brejo, dando alimento que a mata lhe oferecia para saciar a fome de bichos acomodados o mico foi eleito rei da floresta, destronando um tucano inteligente que mantinha ordem e viço da natureza animando cada animal a buscar, com moderação, suas refeição e abrigo para dormir.
No reinado do mico, os ratos e outros roedores puderam roer tudo o que quisessem, os gaviões foram autorizados a comer andorinhas passsageiras, as cigarras cantaram e se espreguiçaram como nunca dantes, as saúvas, também, como nunca dantes devoraram a folhagem e ás árvores miúdas, mas reservaram e deram parte para s cigarras, louvadoras e protegidas do mico-rei.
Ele um dia cansou de tanto pular de árvore em árvore , de falar com tantos bichos ao mesmo tempo., e de berrar imitando o ronco das onças para impor respeito.. Deixou o comando para uma arara vermelha, sua amga, e foi morar num recanto de belos cipós e bananeiras, longe do burburinho da bicharada, mas perto o suficiente para ser visitado pela arara que recebia suas ordens e mantinha o culto à sua capacidade de alimentar bichos esfaimados Pretendia ser mico-rei novamente..
No entanto, a mãe natureza não aguenta ser maltratada..
Depois de algum tempo árvores e folhas secaram, tubérculos apodreceram, frutos rarearam, andorinhas se foram, doenças se espalharam, animais morreram, e a bicharada percebeu que só os corvos e as cigarras se fartavam,
Tucanos, patos, marrecos, gansos, coelhos, periquitos, papagaios, corujas, saúvas e abelhas juntaram-se uma noite para caminhar pelas trilhas da floresta com vozerio estridente, reclamando contra quem bagunçara a selvagem ordem natural. O cortejo barulhento andava devagar, pois lá na frente iam tartarugas carregando uma folha de bananeira onde tinham escrito: Fora Arara! Fora Mico!
A regente da floresta foi procurar seu mestre, mas este se refugiara numa gruta distante, pois soubera que uma coruja fora chamar a onça. Ainda pensava se deveria aceitar o convite de um amigo que tomava conta de uma plantação de coca. A arara subiu num galho alto, gritou muitas promessas, mas de nada adiantou, seu tempo de glória estava no fim. Voou para bem longe, uma ilha caribenha. Não aguentou uma semana de trabalho em canavial.. Voltou.
Já se ouvia o urro da onça; parecia estar brava. Olhava a deterioração da mata com um tremor de raiva em seus olhos verdes amarelados.
Ela só se aquietou quando a arara foi morar num bosque perto da montanha e um tucano de longo bico e bela plumagem assumiu o trono, com apoio vibrante das corujas que afirmaram: - Tucano consegue ficar garboso no alto da árvore sem se gabar como o mico-rei e ainda por cima, sabe voar.. A bicharada aplaudiu!
Moral da história: REIS SAFADOS FOGEM DE ONÇA! E PERDEM O TRONO!
Antônio Carlos Rocha
O mico-leão-dourado de tanto ser preservado virou vaidoso e gabola.
A bicharada adorava sua esperteza, seu jeito de falar, sua malandragem para espantar raposas imitando urro da onça, que faz tempo andava por outras paragens, caçando veados.
Por sua sagacidade e pela conversa fiada com todos os bichos de pequeno porte que prometia sempre defender ao pular de galho em galo, de moita em moita, de brejo em brejo, dando alimento que a mata lhe oferecia para saciar a fome de bichos acomodados o mico foi eleito rei da floresta, destronando um tucano inteligente que mantinha ordem e viço da natureza animando cada animal a buscar, com moderação, suas refeição e abrigo para dormir.
No reinado do mico, os ratos e outros roedores puderam roer tudo o que quisessem, os gaviões foram autorizados a comer andorinhas passsageiras, as cigarras cantaram e se espreguiçaram como nunca dantes, as saúvas, também, como nunca dantes devoraram a folhagem e ás árvores miúdas, mas reservaram e deram parte para s cigarras, louvadoras e protegidas do mico-rei.
Ele um dia cansou de tanto pular de árvore em árvore , de falar com tantos bichos ao mesmo tempo., e de berrar imitando o ronco das onças para impor respeito.. Deixou o comando para uma arara vermelha, sua amga, e foi morar num recanto de belos cipós e bananeiras, longe do burburinho da bicharada, mas perto o suficiente para ser visitado pela arara que recebia suas ordens e mantinha o culto à sua capacidade de alimentar bichos esfaimados Pretendia ser mico-rei novamente..
No entanto, a mãe natureza não aguenta ser maltratada..
Depois de algum tempo árvores e folhas secaram, tubérculos apodreceram, frutos rarearam, andorinhas se foram, doenças se espalharam, animais morreram, e a bicharada percebeu que só os corvos e as cigarras se fartavam,
Tucanos, patos, marrecos, gansos, coelhos, periquitos, papagaios, corujas, saúvas e abelhas juntaram-se uma noite para caminhar pelas trilhas da floresta com vozerio estridente, reclamando contra quem bagunçara a selvagem ordem natural. O cortejo barulhento andava devagar, pois lá na frente iam tartarugas carregando uma folha de bananeira onde tinham escrito: Fora Arara! Fora Mico!
A regente da floresta foi procurar seu mestre, mas este se refugiara numa gruta distante, pois soubera que uma coruja fora chamar a onça. Ainda pensava se deveria aceitar o convite de um amigo que tomava conta de uma plantação de coca. A arara subiu num galho alto, gritou muitas promessas, mas de nada adiantou, seu tempo de glória estava no fim. Voou para bem longe, uma ilha caribenha. Não aguentou uma semana de trabalho em canavial.. Voltou.
Já se ouvia o urro da onça; parecia estar brava. Olhava a deterioração da mata com um tremor de raiva em seus olhos verdes amarelados.
Ela só se aquietou quando a arara foi morar num bosque perto da montanha e um tucano de longo bico e bela plumagem assumiu o trono, com apoio vibrante das corujas que afirmaram: - Tucano consegue ficar garboso no alto da árvore sem se gabar como o mico-rei e ainda por cima, sabe voar.. A bicharada aplaudiu!
Moral da história: REIS SAFADOS FOGEM DE ONÇA! E PERDEM O TRONO!
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