
Paralelepípedo
Um paralelepípedo flutua na mente,
Bloco cinzento,
Pensamentos aprisionados
No âmago da pedra solitária.
Talvez um pesadelo,
Ou quiçá, um sonho...
Inconcebível não ser pesado,
Pairar sobre o lago,
A face áspera mal tocando a água,
Leve, objeto paradoxal
Que não caberia em poema.
Um paralelepípedo flutua na mente,
Bloco cinzento,
Pensamentos aprisionados
No âmago da pedra solitária.
Talvez um pesadelo,
Ou quiçá, um sonho...
Inconcebível não ser pesado,
Pairar sobre o lago,
A face áspera mal tocando a água,
Leve, objeto paradoxal
Que não caberia em poema.
Contudo, persiste, intocado,
Enigma, sinal do oculto,
Talvez à espera de outros
Para juntar-se formando rua,
Rua antiga:
Carroça, vendedor de pamonha.
Amolador de faca,
Um menino e sua bola,
A mãe lavando a calçada.
O pai chegando do trabalho.
Paralelepípedo...
Velho amigo da memória.
Antonio Carlos Rocha
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